O que é?

O Grupo de Estudos “Luonnotar” é um projeto que visa à integração dos praticantes das mais diversas Tradições da Wicca. Sejam pessoas de Tradições Antigas, de novas Tradições ou somente solitários, que se reúnem 2 vezes por mês para a troca e compartilhamento de conhecimentos e experiências sobre a filosofia e liturgia Wiccaniana. O Grupo de Estudos não é um Treinamento oferecido por “mestres” ou Alto-Sacerdotes, e nem possui o objetivo de iniciar pessoas ou criar elos religiosos tais como os que existem em um Coven ou Grove. O Grupo de Estudos “Luonnotar” é tão somente, a vontade de um número de pessoas em se reunir e trocar experiências e conhecimentos sobre a Wicca de forma efetiva. Exatamente por isso, estamos abertos a receber pessoas diferentes, pois acreditamos no poder da diversidade e da troca e compartilhamento. Não existem requisitos específicos para participar, a não ser, é claro, dos pré-requisitos básicos. Isso significa que não se faz necessário ser um “expert” em Wicca, ou ter dezenas de anos de prática religiosa. A intenção é justamente levar informação àqueles que não possuem uma fonte confiável de estudo, e que carecem de aprendizado.
Os Sacerdotes que possuem uma vasta e já bem definida prática, também são bem-vindos, exatamente para direcionar e centrar o estudo daqueles que são chamados Neófitos.

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Quais os pré-requisitos?

Para participar do Grupo de Estudos, criamos uma pequena lista de pré-requisitos divididos em duas ordens:

Necessidades Interpessoais:
1° Possuir uma real vontade de aprender e ensinar a filosofia e a liturgia Wiccaniana;
2° Possuir responsabilidade e comprometimento, além de seriedade;
3° Se conduzir por respeito mútuo, principalmente no que se refere à Diversidade;
4° Ser participativo, ativo e comunicativo. Essas características não são necessárias para se tornar um participante, mas são imprescindíveis para um desenvolvimento satisfatório do Grupo.

Necessidades para Participação:
1° Ser maior de 18 anos. Caso seja menor, é necessária a autorização expressa do responsável;
2° Possuir disponibilidade por dois Domingos de todo mês, nos horários especificados;
3° Realizar a inscrição através de um questionário a ser analisado pela organização.

Como vai funcionar?

Os encontros serão presenciais nas datas pré- agendadas. Os participantes deverão estar munidos de papel e caneta, e quando necessário deverão responsabilizar-se pelas suas cópias de prováveis textos fornecidos através de uma contribuição no valor da “Xerox”. A cada encontro discutiremos diversos assuntos relacionados de uma forma direta ou indireta à Wicca, em forma de apresentação facilitada pela organização, seguida pelo debate participativo e concluída mais uma vez pela organização e participantes. Todos os participantes possuirão uma ficha pessoal, onde serão marcados: presença ou falta e participação ou inércia. Essa ficha não possuí caráter avaliativo, mas sim de análise do próprio participante em relação ao desenvolvimento dos encontros. Os membros do grupo poderão participar da forma que julgarem necessária, trazendo por exemplo, suas experiências, conhecimento e até mesmo dons artísticos.

Quando são os Encontros?

Os Encontros se darão em dois Domingos de todo mês, intercalados e pré –agendados.

Onde?

Os Encontros acontecerão no espaço da Secretaria de Educação Ambiental, no BOSQUE MAIA, em Guarulhos.

Quais temas serão abordados?

- Conceitos Históricos;
- Conceitos litúrgicos;
- Conceitos Práticos e Prática Pessoal;
- Estudos Básicos;
- Estudos Complementares;
- Círculos de Leitura.

Tenho dúvidas ou gostaria de me inscrever:

INFORME-SE ATRAVÉS DO E-MAIL: taliesinlefey@hotmail.com

OU LIGUE:
8662 5964 (Rafael)

sexta-feira, 28 de março de 2008

Papel da Família na Escolha Religiosa

O principal agravante em relação à Wicca se encontra na Família. Vivemos em uma sociedade castradora, patriarcal e que perpetua a ignorância. Exatamente por isso existem o preconceito, a discriminação e as diversas formas de exploração cultural tão presentes no nosso cotidiano. No quesito religião não seria diferente. Mas como contornar essa situação? Bem vamos entender o enredo do assunto.
Atualmente, a massa de jovens que conhecem e procuram se iniciar na Wicca é muito grande. Talvez, este fato tenha sua causa na grande popularidade que a Wicca vem tomando através da mídia. Diferente do que muitos acham, isso não é de forma alguma um fato ruim. Muito pelo contrário, pois depois de tanto tempo de subversão ocasionada pelo advento das religiões cristãs e patriarcais, se faz importante a dissolução de certos estigmas que ainda persistem. E a mídia entra nesse momento, oferecendo um espaço aberto para discussão e desmitificação. O único problema é que a televisão não tem opinião, e na mesma emissora onde a Bruxaria é defendida, vemos a perpetuação da velha Bruxa nariguda, suja, fedida e velha, quando não, a "Magia Negra", que liga a Bruxaria ao Satanismo e faz com que a imagem da Wicca fique ainda mais vulgarizada. Com todos esses agravantes, as pessoas acabam que tomando por si o preconceito em relação a tudo aquilo que está ligado à Bruxaria, tal como a própria Wicca.
Comigo não foi diferente. Aos dez anos de idade uma colega me chamou a atenção ao me perguntar: "Você quer ser Bruxo?". "Claro!". Claro que respoderia isso. Toda criança sonha em ter poderes, assim como os seus super-heróis. Na época o filme "Jovens Bruxas" estava no auge de sua repercussão. Meninas e mais meninas andavam por aí vestidas de preto, com uma cruz invertida no pescoço, e se auto-intitulando "Nancy" (A personagem principal do filme). Bruxaria passou a ser tema de tudo. Desde festas de aniversários, à lojas de roupas e produtos esotéricos. Claro que queria ser bruxo, já pensou?! Quantos poderes eu não teria? Como poderia me vingar dos meus inimigos, imaginem só! Pois é, eu estava enlevado em uma ilusão sem precedentes, não é mesmo?!
Essa fase logo passou, mas o meu fascínio pela Wicca jamais morreu, e o que eu fiz foi ler, estudar aquilo que tanto me instigava. Aos doze anos eu já possuía uma certa bagagem a respeito da Antiga Religião. Por incrível que pareça com apenas doze anos eu já conseguia discernir sobre o que era realmente a Wicca. Estava feliz, satisfeito e vivendo em uma constante busca de aprendizado. Achava que tudo já estava em seu perfeito lugar, e que agora em diante só bastava aprender cada vez mais. Mas havia um porém: Minha família.
Até onde sei, toda a minha família era cristã. Ou seja, todos acreditavam de certa forma em Jesus Cristo, e o honravam, mesmo que não necessariamente da mesma forma. Minha avó é Espírita Kardecista, Benzedeira, e já havia participado de Centros de Umbanda. Minha mãe é Católica. Enfim, toda a família já possuía a sua opinião formada a respeito de Bruxaria, Bruxas e Feitiçaria. Pensei: "não há necessidade de falar nada para eles. Para quê? Se eu sei o que eles vão fazer!". Bem, eu estava enganado! Começaram a surgir os rituais públicos, e eu gostaria de participar. Conhecer outros pagãos, outros bruxos, vivenciar a Wicca, celebrar a Deusa. Lembremos: Eu tinha apenas 12 anos. Era necessário a autorização expressa de meus responsáveis para participar dos ritos. De uma forma ou de outra eu teria que contar, não é mesmo?
Assumo que foi muito difícil, e eu enrolei muito antes de contar realmente. Mas antes de sair por aí dizendo que é pagão, Wiccaniano e que pratica Bruxaria é necessário rever muitas coisas. Primeiramente o estudo é realmente muito importante, e quando insisto neste tópico as pessoas me veêm como um chato radicalista. Mas não se pode aprender a liturgia e a filosofia da Wicca comprando revistinhas em bancas de jornais. Essas são importantes para acrescentar algo ao nosso aprendizado. Não se pode negar que o estudo traz conhecimento, e que a vivência traz a experiência. Wicca não é uma religião de livros, mas ao contrário, de prática. A Wicca deve ser vivida, sentida e engloba uma série de atitudes e conduta pessoal. Por isso antes de dizer aos seus pais que resolveu virar Bruxo (a), conheça suficientemente bem a prática da Antiga Religião. Aí, depois da experiência, e se ainda se sentir atraído pela Arte da Deusa, reflita em como dizer isso aos seus tutores.
O melhor conselho que dou, é deixar bem claro a questão do respeito. Com esse carnaval cultural a que estamos submetidos, as famílias possuem a falsa idéia de que somente os mais velhos devem ser respeitados. Sabemos que isso não é verdade! O respeito em todas as áreas do convívio humano deve ser mútuo. Os filhos devem respeitar seu pais. Os pais devem respeitar os seus filhos. Depois, nada melhor do que um banho de história. Neste momento você já deve ser expert em História, pois a Arte está intimamente ligada à Antropologia, Arqueologia e demais estudos da História e Desenvolvimento da Humanidade. Explique os fundamentos da Wicca. Desmitifique velhos estigmas que estão relacionados à Bruxaria, como por exemplo o Satanismo e o Sacrfício de Animais, que nada tem a ver com a Magia, que é uma forma natural de religiosidade. Mostre-se (e seja!) preocupado com as questões ambientais, afinal de conta a Deusa é a própria Terra. Isto tudo implica em muita conversa, e ninguém melhor do que você para conhecer o tempo de seus pais, isto é, a forma como contar a eles a sua escolha religiosa. Lembre-se que no Estatuto da Criança e do Adolescente existem Artigos e mais Artigos que asseguram o direito de opção religiosa a menores. Mas acima de tudo, saiba respeitar o seu próprio tempo e o tempo de seus tutores.
Este assunto é muito complexo, e não é com um texto que resolveremos todas as questões religiosas com a nossa família. Existe muito a ser dito. Mas como costumo dizer: Tudo ao seu tempo.
Finalmente, quero deixar bem claro que não estou incitando a rebelião de adolescentes para com as suas famílias. Não! Muito pelo contrário, acredito e peço sempre para que haja respeito mútuo entre os seres humanos. Mas é necessário inverter esse quadro de discriminação e preconceito que muitos jovens vivem dentro de suas próprias casas. O seio da família deve ser um lugar de acolhimento e amor fraterno, e não de perseguição religiosa. O Divino possui muitas formas de se mostrar a nós, seres humanos. Portanto, o fato de cada um de nós encararmos o sagrado de uma forma diferente comprova o quão grande Ele realmente é, e não que uma forma desmoraliza a outra. Uns se sentem bem no verão, e outros no inverno, entende?
Espero, porém, ao passo que publico textos de minha autoria nesse Blog, oferecer um cantinho para os jovens, que assim como eu, necessitam de tantas respostas às suas indagações.
Peço, acima de tudo, muita calma! Nunca se esqueçam: Tudo ao seu tempo!

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